Carta

Começar-mo-emos, eu e vós outros: Epístola à Princesa.
Livrar-vos-ei, porém, das lúdicas lembranças compiladas em minha memória eternamente.

“Não será por isso que morremos?
Por que vem a mim quando a saudade chama-a?
Às lágrimas uma prece: vai-te, pois, és a minha dor!
Sou feliz por aprender a chorar em risos soltos.
Mas... não é uma mentira?
Não é por isso que morremos?
Apalpando densas trevas que me acercam, abraço-as, como que para achar alguém, só sinto o meu próprio abraço...
Ah estou ávido por ti!
Sobressaltam-me os devaneios da paixão.
Tão bela és amada dos sonhos!
Fita-me com lacônico olhar, e sondas minh’alma, tão a vontade que pareço tua casa.
Pensamentos mil enfadam-me:
És do mundo;
És minha;
De ninguém és;
Amas o mundo;
Amas a mim;
A ninguém amas.
Quão soberba és tu, por saber enfeitiçar e lançar almas ao vento.
Não sabes, porém, que são tuas?
De nada valem as ciências adquiridas numa vida, pois, nada me confortam as penas.
Os primeiros raios vêm trazendo a aurora, o dia e sua magnitude chegam.
É sabido que temos que viver, mas...
Não é por isso que morremos?
Morramos então!"

(Erick Ravane)

Inspirando no livro Werther.


Todo poeta tem sua musa.





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