Estás Livre... Voa Alto! (À Flávia)


Teu jeito de me olhar e rir.
Tua pele branca, Branquinha.
Teus negros cabelos, antes extensos agora resumidos, que aumentavam a alvura de tua pele.
Tua boca modesta... meu Deus... lembro dos teus beijos!
Teu talento para compreender o que nem foi dito.
Teu ouvido atento.
Tuas mãos.
Teu cheiro.
Teus olhos levemente nipônicos.
Tua voz.
Teu jeito de proteger sem anunciar, somente por proteger.
Teus dedos e teus vestidos manchados de tinta e carvão.
Teu jeito de me olhar e rir.
Teus desejos.
Teu futuro.
Tua mão pousada na minha, por me confiar.
Teu violão.
Tua música.
Tuas telas.
Tua arte.
Teu retrato nunca feito por ti.
Tua ausência, porém teu amor.
Tua ausência, porém teu amor.
Teu olhar para o que se apresentava tão insignificante e depois de três palavras tuas era grande.

Teu jeito de me olhar e rir.
Tua bagunça organizada.
Teu ateliê.
Teu quarto.
Teu gato Ônix.
Teu canto.
Teu lugar.
Tua casa.
Teu cantar... calmo, quase inaudível.
Tuas viagens malucas.
Teu jeito de sempre ter uma explicação razoável.
Tua raiva tênue, que quase me fazia rir. (meu amor, tu não és compatível com isso)
Teu abraço... eu que te dei.
Teu jeito jocoso.
Teu jeito desinteressado.
Teu modo de dizer: “Adoro o que você escreve.”

Teu jeito de me olhar e rir.
Teu peso.
Tua carga.
Teu choro no meu ombro.
Tuas lágrimas quentes.
Teu soluço.
Teu corpo inerte.
Tua mania que me deixava temeroso.
Teus fantasmas.
Teus medos.




Teu jeito de me olhar e rir.
Teus primeiros desenhos.
Teus primeiros acordes.
Teus primeiros versos.
Teus primeiros risos soltos à minha face.
Teu jeito de me pedir que te cantasse uma música.
Teu modo de ouvi-la atentamente, depois me pagar com um abraço quente.
Teu cantar de “Menina da Lua”, engolindo meu breve solo de violão e percebendo me pedindo desculpas.
Teu cantar de “Ne Me Quitte Pas”, e reclamar das cifras mal postas, Ne me quitte pas... Ne me quitte pas... Ne me quitte pas...
Teu canto ao telefone.


Teu jeito de me olhar e rir.
Teu jeito de me olhar e chorar.
Teu jeito de me olhar e brincar.
Teu jeito de me olhar.
Teu jeito de me olhar e rir.
Teu riso...
Teu riso...
Teu riso...


(Erick Ravane)


2 comentários:

Renata Batista disse...

Eu penso, e não só eu, em como deve ser bom ser amada da maneira como você a ama. Eu creio que de onde a Flávia está, continua a sentir o seu amor por ela, pois é muito grande e forte. Um amor-imo. Beijão amigo!!!

Cíntia disse...

Poxa! adorei...nem sei bem oq falar..rsrs..oq eu li já disse tudo..parabéns menino, um artista.